quinta-feira, 24 de março de 2011

Bajulações e outros "esquemas" para (sobre) viver


Há muito que observo o fenómeno da bajulação que não é só um problema de Angola ou de África é um problema mundial.

Mas como sempre ou quase sempre, nos países pobres como o nosso, o fenómeno “bajula” como lhe chamo é mais evidente.

Os bajuladores têm atitudes confrangedoras que para mim conformam um grave desvio de carácter ou falta dele, mas deixo isto para os especialistas (psicólogos sobretudo). Têm grande necessidade de mostrar serviço sem nada fazerem, carregam a mala do chefe, esperam o chefe à porta para dar as últimas novidades que invariavelmente são sempre a favor.Triste. Na profissão que exerço o problema é ainda mais grave, porque troca-se a verdade pela mentira para ver se se ganham uns “míseros” trocados em alguns casos ou balúrdios noutros.

Há quem diga que as dificuldades da vida “obrigaram” as pessoas a criarem formas de sobrevivência que passam por juntar-se a quem tem capital financeiro, falar bem destas pessoas, ainda que estejam erradas e esperar que estas mesmas pessoas deixem cair uma “fezada” que pode ser um carro, uma casa ou dinheiro. Mas será que não existe outra opção de vida? Na minha opinião existe. Penso que é possível viver apenas do salário ou de pequenos trabalhos ou negócios sem prejuízo do próximo, é possível. É uma opção mais difícil, mais dura, mas que dá muito mais prazer. É tão bom andar de cabeça erguida pelas ruas, deitar à noite e ter um sono tranquilo, é tão bom que vale a pena o sacrifício.

Os bajuladores, (lá está outra vez a psicologia) não têm confiança nas suas capacidades, não confiam nos seus conhecimentos (se é que têm) por isso preferem ser humilhados, engolir sapos, para não perderem o que conseguiram na “bajula”. A minha consciência não permite isso, graças à Deus e a minha família que me inculcou ideias e ideais que por mais que lute nunca conseguirei abandonar, é lutar contra natura.

Cada vez mais me convenço que basta ter cabeça, braços e pernas para vencer na vida, sem necessidade de outros “esquemas” que não o do saber, do conhecimento, da lealdade, e da honra.

Daqui a minha vénia, sobretudo aos jovens que confiam na sua cabeça continuem assim meus amigos, ao contrário de outros que preferem o facilitismo. Sou daqueles que vive do salário, salário que não é muito bom (nunca é bom mesmo) mas digo já, a minha alma não está à venda.

Mateus Gaspar
24.03.11