quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Cambwá’s, tchuco – tchuco’s, windeck’s e outras frustrações


Não nego que as actividades lúdicas (ou divertimentos) sejam parte fundamental das nossas vidas. Há mesmo quem afirme que as 24h00 do dia estão bem distribuídas: Oito horas de sono, oito de trabalho e oito de divertimento (muito não?). Nos tempos que correm, temos cada vez mais opções para nos distrairmos, mas o rol de futilidades que abundam por aí é frustrante.
Será que diversão, passatempo ou o que quisermos chamar, significa banalidade ou actos menos reflectidos? Porque entre as diversões da “nossa malta” cada vez mais aparecem convites para festa do bumbum dourado (essa foi travada), da saia curta, da t –shirt molhada (os seios ficam à mostra), concursos de do cambwá, embora os cães não dancem assim e outras que nada dignificam os humanos. Mais grave, na minha visão é o que se passa nestas festas e noutros sítios.
Inventaram windeck, do cambwá, agora é o tchuco-tchuco. Cada um pensa e age como entender. Mas quando este agir já começa a prejudicar uma sociedade, a forma de agir deste alguém já não lhe diz só respeito. Aqui penso que uns têm mais responsabilidades que outros, porque senão um dia começam a apresentar o do cambwá ou o tchuco como dança tradicional de Angola. Quer dizer mostrar as nádegas (o rabo mesmo), tirar as cuecas com pensos higiénicos a voarem como já vi, arrastar-se pelo chão a levantar as nádegas e as pernas, um homem atrás e a mulher à frente como se estivessem num acto sexual, a fazerem “tchuco –tchuco lá dentroooó” é dança. Definitivamente para mim é frustrante. Coisa que só se mostra ao nosso parceiro, agora em qualquer diversão é quase obrigatório mostrar, “mostra tudo mostra” diz a música (é mesmo música?). Há uns tempos num programa de televisão um conhecido coreógrafo e outros acompanhantes, não sei se no afã de defender o cú duro, ou mesmo por convicção baseada em ciência dizia que todo movimento do corpo em harmonia com a música era dança. Agora pergunto, estes movimentos de mostrar o que não se deve em público até têm alguma harmonia com a música, mas é dança também? Bom se for, recuso-me aceitar.
Falando em televisão, os programas dirigidos especificamente a nós jovens, são de uma “pobreza Franciscana” que não lembram nada nem ninguém e sobrevivem. Para os que são absolutamente necessários como os que a Endemol vende para quase todos os países (Jogo duplo, Elo mais fraco e outros) nunca há dinheiro, mas estes de mostrar o rabo e as mamas (em alguns casos bonitos, não sou hipócrita) e com os apresentadores também no rame - rame há sempre. Nós até já tivemos esses programas, lembro-me do Quem Sabe Sabe e outro que não me vem a memória, seria bom retomarmos.
Há outros divertimentos certamente melhores para alguns e que ajudam a passar o tempo de forma mais saudável. Cada um tem as suas opções. Um bom jogo de xadrez, por exemplo, desenvolve outras capacidades. O cérebro mesmo em relaxe está em actividade. Um bom jogo de “Não te irrites” (cuidado para não apanharem munguadas) também é bom, damas, livros (agarrem-se aos livros meus amigos), sueca e depois aí sim, uma boa festa sabe bem.
Que fique bem claro, não acho piada nenhuma nos cambwá’s, windeck’s e  tchuco-tchucos. Se isto é modernismo, prefiro ser antiquado. Digam o que disserem.     

           Mateus Gaspar
               
               27.01.11

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